Venezuela intensifica censura digital
17 de Janeiro de 2025

No dia 10 de janeiro, a Venezuela executou o bloqueio de cerca de 40 serviços públicos de DNS, incluindo conhecidos como o “8.8.8.8” (Google) e o “1.1.1.1” (Cloudflare), além de interromper o acesso a redes privadas virtuais (VPN) e ao aplicativo TikTok.

Mais de uma semana após o início dos bloqueios, a organização VE sin Filtro reporta que as restrições seguem em vigor.

Com essas ações, os venezuelanos encontraram dificuldades para acessar a internet por meios que costumavam contornar as limitações nacionais impostas a determinados conteúdos.

Adicionalmente, observou-se que o TikTok sofre bloqueios específicos durante a noite no país, sugerindo uma restrição ao seu uso apenas em horários diurnos.

Thiago Ayub, diretor de tecnologia da Sage Networks, esclarece que a comunicação online depende essencialmente de dois componentes: DNS e endereço IP.

As autoridades frequentemente visam ambos em suas práticas de restrição.

Ele destaca que, através da alteração do endereço IP por parte dos provedores de serviços e da utilização, pelo usuário, de DNS não controlados pelas autoridades locais, é possível restabelecer a comunicação entre os usuários e os conteúdos censurados.

Essa estratégia foi recentemente observada no Brasil, quando um serviço recorreu à Cloudflare para contornar um bloqueio imposto pelo STF.

Os bloqueios estendem-se também a provedores de internet locais, incluindo CANTV, Movistar, Digitel, Inter, Supercable, Vnet, Airtek e G-Network, que experienciam cortes de conexão em períodos matutinos e noturnos.

No que diz respeito às VPNs, o VE sin Filtro identificou que 21 serviços tiveram seus domínios bloqueados, entre eles destacam-se Betternet, Browsec, CyberGhost VPN, ExpressVPN, Hola VPN, Hotspot Shield, IPVanish, iTop VPN, NordVPN, PandaVPN Pro, Proton VPN, Psiphon, PureVPN, Speedify, Surfshark, TunnelBear VPN, Urban VPN Proxy, VPN Brave, VPN Super Unlimited Proxy, Windscribe e ZoogVPN.

Ayub também compara a situação da Venezuela com o Brasil, mencionando que ambos os países seguem uma abordagem semelhante no que se refere à implementação de bloqueios, em que as autoridades acionam times técnicos de provedores e operadoras para efetivar a restrição de conteúdos.

Os técnicos chave acessam os roteadores de borda e servidores DNS para aplicar os bloqueios necessários tanto aos endereços IP quanto aos domínios específicos.

Além disso, Ayub menciona que, no Brasil, a Anatel está testando, junto com as principais operadoras, um sistema de bloqueio automatizado denominado Lacre Virtual, que permitiria a aplicação de restrições sem intervenção direta dos técnicos.

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