O Procurador-Geral do Texas entrou com uma ação contra cinco grandes fabricantes de televisores, acusando-as de coletar ilegalmente dados de seus usuários por meio da tecnologia Automated Content Recognition (ACR), que monitora secretamente o conteúdo assistido.
As empresas processadas são Sony, Samsung, LG e as chinesas Hisense e TCL Technology Group Corporation.
O escritório do procurador Ken Paxton também expressou “sérias preocupações” em relação às companhias chinesas, que estariam sujeitas à National Security Law da China, o que potencialmente permitiria ao governo chinês acessar dados de consumidores dos EUA.
De acordo com as reclamações apresentadas às cortes estaduais do Texas nesta segunda-feira, a tecnologia ACR pode capturar capturas de tela da televisão a cada 500 milissegundos, monitorar a atividade dos usuários em tempo real e enviar essas informações para os servidores das empresas sem o conhecimento ou consentimento dos consumidores.
O escritório de Paxton classificou o ACR como “um invasor digital invisível e não convidado”, criado para coletar dados pessoais de smart TVs de forma ilegal.
Além disso, acusa que essas informações seriam vendidas ao maior lance para fins de direcionamento publicitário.
“Empresas, especialmente aquelas ligadas ao Partido Comunista Chinês, não deveriam gravar ilegalmente dispositivos de americanos dentro de suas próprias casas”, afirmou Paxton.
“Essa conduta é invasiva, enganosa e ilegal.
O direito fundamental à privacidade será protegido no Texas, pois possuir uma televisão não significa abrir mão das suas informações pessoais para Big Techs ou adversários estrangeiros.”
Os representantes da Sony, Samsung, LG, Hisense e TCL não responderam imediatamente aos pedidos de comentário feitos pelo BleepingComputer.
Há quase uma década, em fevereiro de 2017, a fabricante de smart TVs Vizio, controlada pelo Walmart, pagou multa de US$ 2,2 milhões para encerrar investigações da Federal Trade Commission (FTC) e do Procurador-Geral de Nova Jersey.
A empresa foi acusada de coletar dados de visualização de 11 milhões de consumidores sem autorização, utilizando um recurso chamado “Smart Interactivity”.
Segundo as agências, desde fevereiro de 2014, a Vizio e uma empresa afiliada fabricavam e vendiam smart TVs — além de instalar remotamente softwares de rastreamento em modelos antigos — que capturavam informações detalhadas sobre o conteúdo assistido, incluindo cabo, streaming e DVDs.
A denúncia também aponta que a Vizio associava dados demográficos (sexo, idade, renda e escolaridade) às informações coletadas e os vendia a terceiros para campanhas publicitárias segmentadas.
Em agosto de 2022, a FTC publicou um alerta para consumidores sobre a segurança de dispositivos conectados à internet, recomendando que os usuários ajustem as configurações de rastreamento em suas smart TVs para proteger a privacidade.
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