Galina Timchenko, jornalista russa e proprietária do veículo de comunicação Meduza, foi vítima do spyware conhecido como Pegasus no começo de 2023.
É o que confirmou a Access Now, organização de direitos digitais, em parceria com o Laboratório Cidadão da Universidade de Toronto (Canadá).
As informações foram publicadas nesta quarta-feira (13) pelo The Washington Post.
Este é o primeiro caso conhecido do uso do programa de espionagem contra uma figura russa proeminente.
O spyware aparentemente foi instalado enquanto Timchenko estava na Alemanha para uma reunião com outros jornalistas russos em fevereiro, o que levantou questões sobre quem hackeou seu celular em solo ocidental.
Os pesquisadores, ao analisarem o celular de Timchenko, não conseguiram identificar de maneira definitiva quem o hackeou.
Os principais suspeitos incluem a Rússia e várias nações vizinhas.
A data suspeita da invasão do celular da jornalista, 10 de fevereiro, coincidiu com a visita de Galina à Alemanha para uma reunião, em 11 de fevereiro, com outros jornalistas russos no exílio, discutindo as novas restrições à internet e à mídia impostas por seu país natal.
Em janeiro, Moscou havia rotulado a Meduza, uma publicação com mais de dez milhões de leitores mensais (principalmente na Rússia), como uma “organização indesejável”, efetivamente a proibindo.
A jornalista expressou preocupação em especial sobre a possibilidade de acesso às suas listas de contatos, segundo o jornal.
O Pegasus, desenvolvido pela empresa israelense NSO Group, pode ser instalado remotamente num aparelho sem a necessidade de qualquer ação do proprietário.
Uma vez infiltrado, o Pegasus ganha acesso a tudo no dispositivo, incluindo listas de contatos, microfone interno e câmera.
Ele foi usado contra diplomatas, ativistas, jornalistas e dissidentes em todo o mundo.
Em 2021, a administração de Joe Biden, atual presidente dos EUA, declarou as operações da NSO como contrárias aos interesses do país e colocou o grupo na lista de entidades do Departamento de Comércio, impedindo que empresas estadunidenses se envolvessem com ela sem autorização especial.
A NSO afirma consistentemente que licencia o Pegasus exclusivamente para governos para fins legítimos de aplicação da lei. Uma fonte familiarizada com as operações da NSO, ouvida pelo jornal sob condição de anonimato, negou que o governo russo seja cliente.
A Meduza, atuando como um veículo de comunicação independente com um substancial público leitor na Rússia, é vista como um alvo significativo pelo governo russo.
No entanto, os pesquisadores não encontraram evidências indicando que a Rússia seja cliente da NSO Group.
Entre outros possíveis culpados estão nações alinhadas com a Rússia, por exemplo: Azerbaijão, Cazaquistão e Uzbequistão.
Timchenko especulou que uma nação com laços amigáveis com a Rússia poderia ter executado o ataque em nome de Moscou.
Galina Timchenko, jornalista russa e dona do veículo de comunicação Meduza, foi alvo de spyware Pegasus, segundo especialistas da organização Access Now e da Universidade de Toronto.
Este foi um caso inédito de uso dessa ferramenta contra uma figura significativa na Rússia.
O programa espião entrou no celular da jornalista quando ela estava na Alemanha, em fevereiro.
O Pegasus, desenvolvido pela empresa israelense NSO Group, é um spyware poderoso que pode ser instalado remotamente num aparelho.
O programa dá acesso a informações sensíveis, por exemplo: listas de contatos, microfone e câmera do aparelho infectado.
A NSO Group alega que licencia o Pegasus apenas para governos, para fins legais de aplicação da lei, e nega que o governo russo seja um de seus clientes.
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