Sem propagandas: Facebook e Instagram podem ter opção paga na União Europeia
4 de Setembro de 2023

A Meta está em conflito com a União Europeia e outros reguladores da região sobre suas políticas de privacidade e segurança, bem como sua política de anúncios.

Para aliviar as tensões no continente europeu, a empresa pode oferecer uma versão paga do Instagram e do Facebook, que não teriam anúncios, pois eles são personalizados e dependem da coleta de dados dos usuários.

Os conflitos são tantos na região que a Meta ainda não lançou o Threads por lá, mesmo a UE sendo o segundo maior público das redes sociais da empresa.

Conforme relatado pelo The New York Times, que conversou com fontes da Meta, a big tech está considerando lançar versões por assinatura do Instagram e do Facebook na União Europeia para acalmar os ânimos na região.

A empresa não forneceu dados de quando as opções seriam lançadas ou quanto custariam, e os porta-vozes contatados pela reportagem não quiseram comentar.

Conflitos da Meta com a UE se intensificaram nos últimos meses, com a promulgação de novas leis de privacidade

O plano pago surge como uma possível solução ao problema da privacidade dos usuários em relação aos anúncios personalizados.

Isso porque a União Europeia proibiu a Meta de combinar dados coletados entre as redes sociais da empresa na região, a menos que tenha recebido consentimento explícito das pessoas.

Todos os serviços da empresa sempre foram gratuitos (tanto é que o slogan do Facebook até alguns anos atrás era "é grátis e sempre será"), obtendo sua receita de empresas e patrocinadores que desejam anunciar nos feeds das redes sociais.

No entanto, isso retorna ao dilema inicial: como os anúncios são personalizados, as plataformas precisam das informações de cada usuário, sem deixar outra opção viável para o uso.

De acordo com o NYT, a Meta não acredita que os planos pagos do Instagram e Facebook serão tão populares em termos de adesão, mas podem fornecer essa alternativa e acalmar os conflitos na UE.

Esta não é a primeira vez que a Meta tenta encontrar maneiras de contornar a legislação da União Europeia.

Mesmo antes da proibição, em janeiro, a empresa foi multada em 390 milhões de euros por forçar os usuários do Facebook a aceitar os anúncios personalizados como uma condição para o uso da rede social.

Também em julho, a Meta foi multada em 1,3 bilhão de dólares pela Comissão de Proteção de Dados da Irlanda por transferir dados de usuários europeus para os Estados Unidos, o que viola o Regulamento Geral de Proteção de Dados da Europa.

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