Autoridades da Ucrânia apontam que a força de inteligência da Rússia está recrutando cidadãos ucranianos para realizar atentados terroristas.
Os recrutados, majoritariamente jovens, recebem propostas por meio de aplicativos de mensagens ou em fóruns online.
Eles são atraídos com a promessa de pagamentos rápidos para cometer esses atos.
Segundo Ivan Vyhivskyi, chefe da Polícia Nacional da Ucrânia, a inteligência russa foca em jovens desempregados e simpatizantes de Moscou.
Foram identificados um padrão de nove atentados associados a essa estratégia, que normalmente envolve assassinar membros da polícia.
Apesar das informações divulgadas, as autoridades ucranianas não especificaram qual aplicativo ou fórum é utilizado nos recrutamentos.
No entanto, considerando a proteção de dados do Telegram, não seria surpreendente se essa fosse a plataforma escolhida para as ações.
Telegram tem se mostrado popular entre criminosos.
O último incidente reportado aconteceu na cidade de Kamianets-Podilskyi, aproximadamente 400 km distante de Kiev, quando um suspeito aproximou-se de um Centro Territorial de Emprego e Assistência Social local para entregar um pacote, detonando uma bomba no processo.
O atentado resultou na morte de quatro pessoas, incluindo o perpetrador.
Vyhivskyi relatou que três dos nove casos investigados estão relacionados a policiais.
Nas últimas semanas, um dos criminosos realizou um chamado falso para a polícia, alegando um crime em um canteiro de obras, atraindo os agentes para o local e, em seguida, detonando-o.
Para as autoridades ucranianas, esse tipo de ação, orquestrada pela Rússia, visa aumentar a instabilidade política e social na Ucrânia, com o objetivo de minar a confiança no governo.
O chefe da Polícia Nacional adverte que, após os atentados, os cidadãos recrutados seriam eliminados ou capturados pelos russos.
Essa tática de espionagem e desestabilização social não é novidade no conflito entre Rússia e Ucrânia.
Em dezembro, foi descoberto um esquema de recrutamento de menores, no qual adolescentes eram instruídos a visitar locais específicos, fotografar e coletar informações para coordenar ataques.
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