Pesquisadores explicam as técnicas de evasão do ransomware CatB
20 de Março de 2023

Os atores ameaçadores por trás da operação de ransomware CatB foram observados usando uma técnica chamada de sequestro de ordem de pesquisa de DLL para evitar detecção e lançar o payload.

O CatB, também conhecido como CatB99 e Baxtoy, surgiu no final do ano passado e é dito ser uma "evolução ou rebranding direto" de outra cepa de ransomware conhecida como Pandora, com base em similaridades de nível de código.

Vale ressaltar que o uso de Pandora foi atribuído a Bronze Starlight (também conhecido como DEV-0401 ou Emperor Dragonfly), um ator ameaçador com base na China que é conhecido por empregar famílias de ransomware de curta duração como uma artimanha para provavelmente esconder seus verdadeiros objetivos.

Uma das principais características definidoras do CatB é sua dependência do sequestro de DLL por meio de um serviço legítimo chamado Microsoft Distributed Transaction Coordinator (MSDTC) para extrair e lançar o payload de ransomware.

"Após a execução, os payloads do CatB dependem do sequestro de ordem de pesquisa de DLL para soltar e carregar o payload malicioso", disse o pesquisador da SentinelOne Jim Walter em um relatório publicado na semana passada.

"O dropper (versions.dll) solta o payload (oci.dll) no diretório System32".

O dropper também é responsável por realizar verificações anti-análise para determinar se o malware está sendo executado em um ambiente virtual e, em última análise, abusar do serviço MSDTC para injetar o oci.dll falso contendo o ransomware no executável do msdtc.exe ao reiniciar o sistema.
"As configurações [MSDTC] alteradas são o nome da conta sob a qual o serviço deve ser executado, que é alterado de Network Service para Local System, e a opção de inicialização do serviço, que é alterada de Inicialização sob demanda para Inicialização automática para persistência em caso de reinicialização", explicou a pesquisadora da Minerva Labs Natalie Zargarov em uma análise anterior.
Um aspecto marcante do ransomware é a ausência de uma nota de resgate.

Em vez disso, cada arquivo criptografado é atualizado com uma mensagem instando as vítimas a fazer um pagamento em Bitcoin.

Outra característica é a capacidade do malware de coletar dados confidenciais, como senhas, marcadores e histórico dos navegadores Google Chrome, Microsoft Edge (e Internet Explorer) e Mozilla Firefox.
"O CatB se junta a uma longa lista de famílias de ransomware que adotam técnicas seminovas e comportamentos atípicos, como anexar notas ao cabeçalho de arquivos", disse Walter.

"Esses comportamentos parecem ser implementados no interesse da evasão de detecção e algum nível de trapaça anti-análise".

Esta não é a primeira vez que o serviço MSDTC foi usado para fins maliciosos.

Em maio de 2021, a Trustwave divulgou um novo malware chamado Pingback que empregou a mesma técnica para alcançar persistência e contornar soluções de segurança.

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