Em uma operação conjunta de cinco meses liderada pela Interpol, agências de segurança de 40 países nos cinco continentes apreenderam mais de US$ 439 milhões em dinheiro e criptomoedas relacionados a crimes financeiros cibernéticos que afetaram milhares de vítimas ao redor do mundo.
Batizada de Operation HAECHI VI, a ação aconteceu entre abril e agosto de 2025 e teve como foco um amplo espectro de atividades criminosas.
Entre os alvos estavam voice phishing, fraudes em investimentos, golpes no e-commerce, sextorsion online, business email compromise, golpes de romance e lavagem de dinheiro associada a jogos de azar ilegais pela internet.
Durante a operação, os investigadores bloquearam mais de 68.000 contas bancárias vinculadas e apreenderam 400 carteiras de criptomoedas (cryptocurrency wallets).
Entre os destaques desta ação conjunta está a prisão de 45 suspeitos em Portugal, acusados de acessar ilegalmente contas da previdência social e alterar dados bancários para desviar recursos destinados a famílias em vulnerabilidade social.
Na Tailândia, a polícia local confiscou US$ 6,6 milhões transferidos por uma grande empresa japonesa — cuja identidade ainda não foi revelada — para contas controladas por um grupo criminoso transnacional formado por cidadãos tailandeses e da África Ocidental.
“As operações HAECHI são um dos pilares da Interpol no combate a crimes financeiros, demonstrando como a cooperação global pode proteger comunidades e garantir a integridade dos sistemas financeiros,” destacou Theos Badege, chefe do Financial Crime and Anti-Corruption Centre da Interpol.
Ele também reforçou o convite para que mais países-membros participem de esforços coletivos, ampliando o impacto da luta contra crimes cibernéticos.
Na fase anterior da operação, batizada Operation HAECHI V, que ocorreu entre julho e novembro de 2024, foram apreendidos mais US$ 400 milhões e 5.500 suspeitos foram detidos por envolvimento em crimes financeiros.
Já um ano antes, a Operation HAECHI IV resultou na prisão de mais de 3.500 suspeitos e na apreensão de US$ 300 milhões provenientes de atividades ilícitas.
Desde o início de 2025, a Interpol também coordenou outras ações conjuntas que desmantelaram operações globais de malware tipo infostealer, desarticularam quadrilhas responsáveis pela criação e distribuição de conteúdo de abuso sexual infantil e combateram redes de cibercriminosos transfronteiriços.
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