Os Jogos Olímpicos sempre foram alvo de ataques cibernéticos, uma tendência que não parece mudar para a próxima edição em Paris, França.
Além dos desafios usuais, essa edição enfrentará uma ameaça adicional e complexa: a inteligência artificial (IA).
A Agência Nacional de Segurança de Sistemas de Informação da França (Anssi) e o Ministério do Interior, com suporte do Comando de Ciberdefesa do Ministério da Defesa (Comcyber), são os responsáveis pela segurança cibernética dos Jogos em Paris, que ocorrerão em julho.
Segundo Vincent Strubel, diretor-geral da Anssi, em entrevista à AFP, há preparativos para enfrentar essas ameaças e ainda margem para ajustes em caso de necessidades inesperadas.
Contudo, um alto oficial militar francês ressaltou que os recursos disponíveis estão aquém do tamanho do risco envolvido.
A IA, apesar de trazer avanços tecnológicos significativos, introduz também ameaças proporcionais.
John Hultquist, analista da Mandiant Consulting, destacou à AFP o risco de interrupções nas infraestruturas de transmissão dos jogos, impactando não só na realização dos eventos como na capacidade global de audiência dessas competições.
Outra preocupação é a possibilidade de uso da IA para criar e disseminar conteúdos falsos, como vídeos manipulados.
Betsy Cooper, especialista em cibersegurança do Aspen Institute, sugere o uso de métodos tradicionais, como o registro físico dos resultados dos jogos, como uma forma eficaz de garantir a integridade das competições frente aos riscos digitais.
As tensões geopolíticas também influenciam o cenário, especialmente com a Rússia, frequentemente suspeita de estar por trás de ataques cibernéticos contra os Jogos Olímpicos.
Exemplos incluem a ação do grupo hacker russo Fancy Bears contra agências antidoping em 2019 e o ataque com o malware "Destruidor Olímpico" antes dos Jogos de Inverno de Pyeongchang em 2018.
Mais recentemente, acusações do presidente francês Emmanuel Macron contra a Rússia por disseminação de desinformação sobre a preparação de Paris para os Jogos foram categoricamente negadas pelo Kremlin.
Com a chegada da era da IA, a edição dos Jogos Olímpicos de Paris enfrentará desafios sem precedentes em termos de cibersegurança.
Em Tóquio 2021, os Jogos sofreram cerca de 450 milhões de ataques cibernéticos, um número que reflete a magnitude do desafio enfrentado.
A França busca se antecipar a essas ameaças, em um contexto onde ataques podem vir de diversas frentes, incluindo grupos criminosos, nações com interesses políticos e hacktivistas.
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