O que o DOJ revelou e omitiu nos arquivos de Epstein
23 de Dezembro de 2025

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou, na sexta-feira, o primeiro lote de documentos envolvendo o controverso criminoso sexual Jeffrey Epstein.

A coleção inicial reúne quase 4 mil arquivos, que vão desde fotografias até anotações manuscritas.

No entanto, os documentos não revelam informações claras sobre outras pessoas que possam estar criminalmente ligadas à rede de abusos associada a Epstein.

Os arquivos liberados pelo DOJ estão organizados em quatro volumes e somam exatamente 3.951 documentos.

Esse material representa apenas parte dos documentos que o departamento é obrigado a tornar públicos, conforme determina a Epstein Files Transparency Act.

Parlamentares democratas criticaram duramente o órgão por reter grande parte do acervo, acusando o DOJ de descumprir a exigência legal de transparência.

Entre os arquivos divulgados, há centenas de imagens que mostram Epstein ao lado de Ghislaine Maxwell — ex-namorada e cúmplice condenada em sua operação de tráfico sexual — além de outras pessoas do círculo do criminoso, incluindo celebridades e políticos.

Apesar do contínuo interesse sobre a relação social entre Donald Trump e Epstein, o ex-presidente aparece de forma esporádica nos documentos, como em uma foto emoldurada, sobre uma cômoda, na qual Trump e Melania posam ao lado de Epstein.

Ainda não há previsão para a liberação de novos documentos, nem detalhes sobre possíveis conteúdos futuros.

A CNN reportou insatisfação dentro do DOJ em relação às orientações vagas fornecidas aos advogados responsáveis pela edição dos arquivos antes da divulgação.

Por outro lado, a Fox News destacou que os critérios para proteção das vítimas foram estendidos também a “pessoas politicamente expostas e agentes públicos”.

A seguir, um resumo do que foi revelado neste primeiro conjunto, liberado em 19 de dezembro.

**Volume 1**

O primeiro lote contém 3.158 imagens do interior da mansão de Epstein em Manhattan e de seu complexo nas Ilhas Virgens.

Entre as fotos, estão várias que mostram uma pintura de Bill Clinton usando vestido azul e sapatos vermelhos de salto alto, pendurada ao lado de uma carta manuscrita, cujo autor não foi identificado.

Há também dezenas de imagens de Epstein com mulheres e, em pelo menos dois casos, de bebês cujos rostos foram censurados.

Um dos documentos é um fichário intitulado “Black Family Trustee Meeting”, datado de 21 de novembro de 2014.

Outro arquivo aparenta ser um extrato bancário da Bank of America de 2011, referente a uma conta que teria os nomes do financiador Leon Black, sua esposa Debra Black e um ex-funcionário.

Um conjunto adicional de imagens inclui uma nota assinada por uma pessoa com o mesmo nome do ex-funcionário citado, acompanhada de um registro de despesas entre o final de 2011 e o início de 2012.

Outros documentos importantes dizem respeito à inclusão de Epstein em um registro de ofensores sexuais, além de uma carta de 2019 do procurador dos EUA nas Ilhas Virgens, informando que Epstein deveria obedecer a restrições de viagem, apesar de garantias anteriores.

As marcações de censura são inconsistentes.

Por exemplo, em uma anotação manuscrita dirigida a Epstein, a assinatura está suprimida, mas em outra imagem do mesmo documento o nome “Kathe” aparece.

Uma carta caligrafada, aparentemente escrita por uma jovem, agradece Epstein por tê-la levado, junto com a irmã, em várias “aventuras”; a assinatura foi ocultada, mas um envelope da mesma caligrafia revela o nome do remetente.

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