O CEO do Instagram, Adam Mosseri, negou que a plataforma utilize os microfones dos celulares para captar áudio e direcionar anúncios, citando limitações técnicas e indicadores visuais presentes nos sistemas Android e iOS como prova de que isso não acontece.
Na mesma ocasião, a Meta anunciou que começará a usar dados gerados nas interações com a Meta AI para segmentar anúncios a partir de 16 de dezembro.
Essa medida valerá globalmente, exceto na Coreia do Sul, Reino Unido e União Europeia, onde leis locais impedem esse tipo de coleta.
A empresa confirmou que não haverá uma opção para os usuários recusarem o uso dessas conversas para fins publicitários.
Mosseri publicou um vídeo explicando que a ideia de o Instagram ouvir o que os usuários falam em seus celulares seria uma violação grave de privacidade.
Ele apontou que, tecnicamente, manter o microfone ativo constantemente drenaria a bateria do dispositivo rapidamente.
Além disso, desde que Android e iOS passaram a indicar com um pequeno ponto luminoso quando apps acessam o microfone, tal sinal apareceria caso o Instagram estivesse escutando áudio, o que não ocorre.
Mas por que tantas pessoas relatam ver anúncios relacionados a temas que discutem pessoalmente? Mosseri sugeriu algumas hipóteses: talvez o usuário já tenha pesquisado o produto em algum site que compartilhou esses dados com a Meta; pode ser que amigos ou perfis com interesses semelhantes estejam buscando o mesmo item, revelando tendências comuns; ou ainda, o usuário tenha visto o anúncio anteriormente, não reparado, mas guardado a informação inconscientemente, vindo a mencioná-la numa conversa casual.
A Meta já nega desde pelo menos 2016 que gravações de voz sejam coletadas para direcionar anúncios.
A explicação é que as big techs já possuem tantos dados dos usuários que não faz sentido nem é necessário usar a escuta ativa nos dispositivos para segmentar publicidade.
Já a coleta de dados pela Meta AI é uma realidade confirmada.
A partir de 16 de dezembro, as interações dos usuários com a inteligência artificial da Meta passarão a ser usadas para personalizar anúncios.
A empresa atualizará suas políticas de privacidade e avisará os usuários sobre essa alteração.
No entanto, as conversas sobre temas sensíveis — como religião, orientação sexual, posição política, saúde, origem étnica, crenças filosóficas e filiação sindical — serão excluídas desse processo de segmentação publicitária.
Mesmo assim, não haverá opção para os usuários optarem por não ter suas conversas com a IA usadas nesse fim.
Por ora, a Meta não pretende inserir anúncios diretamente dentro da plataforma da Meta AI, focando apenas na utilização dos dados gerados nas interações para melhorar a segmentação nos seus outros serviços.
Essa iniciativa levanta dúvidas e debates sobre privacidade, reforçando a importância de acompanhar de perto as mudanças nas políticas de dados das grandes empresas de tecnologia.
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