Marketplace inédito de serviços de segurança e privacidade a servidores públicos
22 de Setembro de 2025

Na última terça-feira (16), foi lançado um marketplace inédito que oferece serviços gratuitos e com desconto focados em privacidade e segurança para os 23 milhões de servidores públicos ativos e aposentados dos Estados Unidos.

A iniciativa é da Public Service Alliance (PSA), uma empresa privada criada em resposta ao aumento sem precedentes de ameaças contra trabalhadores do governo em todo o país.

Aberta a qualquer pessoa que esteja ou tenha estado em cargos públicos — seja no governo federal, estadual, municipal ou territorial —, a plataforma chega em um momento de crescente preocupação com a segurança de agentes públicos e suas famílias.

Essa inquietação ganhou destaque principalmente após o assassinato da deputada estadual de Minnesota Melissa Hortman e de seu marido em junho, além da tentativa de assassinato contra o senador estadual John Hoffman e sua esposa.

“Nas últimas décadas, as ameaças contra servidores públicos e suas famílias dispararam, e não existe um suporte escalável para quem está em risco.

Esse modelo falha em garantir um governo eficiente e mina tudo o que a América representa”, afirmou Isabella Ulloa, fundadora e CEO da PSA, em comunicado oficial.

A plataforma foi desenvolvida para conectar servidores públicos — desde veteranos e juízes até profissionais da linha de frente e legisladores — a recursos que abrangem quatro áreas principais: privacidade e segurança, riscos legais e de comunicação, apoio à carreira e bem-estar pessoal.

Esses serviços podem ser consultados gratuitamente e vão desde remoção de dados online, consultoria jurídica, monitoramento de ameaças, coaching profissional até ferramentas para gerenciamento de estresse.

Ao criar uma conta gratuita e comprovar o serviço público, os usuários recebem códigos que liberam descontos junto a fornecedores selecionados.

Entre esses parceiros estão empresas de data privacy como Optery e Atlas, que ajudam na remoção e bloqueio do reaparecimento de dados pessoais na internet; a Alethea, que monitora ameaças físicas e assédio online; e a Lifemart, que oferece produtos com desconto voltados para estilo de vida e bem-estar.

Embora a PSA não ofereça consultoria jurídica diretamente, ela conecta seus membros a uma rede de advogados que realizam atendimentos a custos reduzidos.

Durante um lançamento discreto realizado no ano passado, a PSA alcançou cerca de 1.000 usuários apenas por meio de indicações, mantendo até agora uma taxa de retenção de 100%.

Para ajudar na manutenção da plataforma, os usuários pagam uma taxa de 10% sobre o valor descontado dos serviços utilizados, mas essa cobrança pode ser dispensada para aqueles que não têm condições financeiras.

A PSA destaca que muitos descontos são expressivos: serviços de monitoramento de ameaças, que podem custar entre US$ 5.000 e US$ 30.000 por ano, estão disponíveis para seus usuários por menos de US$ 1.000 anuais.

A PSA se posiciona como uma organização estritamente apartidária, respaldada por um conselho consultivo com representantes de diferentes partidos políticos e membros das forças de segurança, incluindo a ex-congressista republicana Barbara Comstock, o xerife de Massachusetts Peter Koutoujian e David Sundberg, ex-diretor assistente do FBI.

Ulloa, que já trabalhou no Departamento de Segurança Interna dos EUA, reforça que essa estrutura bipartidária reflete o entendimento de que proteger vidas deve estar acima da política.

Além disso, a PSA planeja ampliar, ainda este ano, o acesso aos seus descontos para outros grupos considerados vulneráveis, como trabalhadores de organizações sem fins lucrativos.

Um relatório divulgado em janeiro pelo Brennan Center for Justice, uma organização sem fins lucrativos de políticas públicas, detalhou a extensão das ameaças e assédios enfrentados por autoridades públicas.

A pesquisa revelou que quase metade dos legisladores estaduais e cerca de 20% dos oficiais locais já sofreram ameaças, muitas vezes com agressividade e frequência crescentes.

Mulheres e agentes públicos negros recebem essas agressões em proporções significativamente maiores que seus colegas.

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