Um recurso de segurança criado pela Apple para redefinir senhas ou recuperar o acesso ao ID está sendo usado por ladrões ou cibercriminosos para evitar que os donos de iPhones recuperem suas contas.
O golpe consiste em observar os donos de aparelhos digitando suas senhas — geralmente em bares à noite — para depois roubá-los.
A reportagem cita o caso de Greg Frasca, de 46 anos, que teve seu iPhone 14 Pro roubado em um bar de Chicago e foi bloqueado de sua conta da Apple desde outubro.
O objetivo imediato do ladrão foi zerar o dinheiro da conta bancária e impedir que o legítimo dono conseguisse rastrear seu dispositivo.
Para concretizar o golpe, o autor usou o conjunto de caracteres do próprio Frasca para configurar uma nova senha para o Apple ID, o que os ladrões normalmente fazem.
A novidade aqui foi que o criminoso ativou a chave de recuperação, um código de 28 caracteres criado para garantir que só o portador do iPhone — neste caso, o bandido — consiga recuperar seu ID Apple.
Após a publicação da reportagem, o The Wall Street Journal recebeu dezenas de relatos confirmando crimes parecidos em diversas cidades americanas, como Nova York, Nova Orleans, Chicago e Boston.
Embora muitos tenham conseguido recuperar seu dinheiro junto às instituições financeiras, a recuperação dos dados da conta tem se tornado praticamente uma missão impossível face à burocracia da Apple.
Enquanto isso, Greg Frasca já anunciou que irá pessoalmente à sede da Apple em Cupertino para provar que ele não é o bandido (e o bandido não é ele) e tentar recuperar oito anos de fotos de suas filhas.
Para ter de volta esses dados únicos, ele está oferecendo um cheque de US$ 10 mil (R$ 51 mil).
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