O governo dos EUA está advertindo sobre um esforço crescente do Irã para influenciar as próximas eleições por meio de operações cibernéticas direcionadas a campanhas presidenciais e ao público americano.
Em uma declaração conjunta do Office of the Director of National Intelligence (ODNI), o FBI e a Cybersecurity and Infrastructure Security Agency (CISA), os EUA afirmam que o Irã realizou ciberataques numa tentativa de ganhar acesso a informações sensíveis relacionadas às eleições dos EUA.
O aviso sublinha a intenção do Irã de instigar dúvidas sobre a integridade das instituições democráticas nos EUA e conduzir atividades cibernéticas agressivas em múltiplos níveis para coletar inteligência.
"O Irã percebe as eleições deste ano como particularmente consequentes em termos do impacto que elas poderiam ter em seus interesses de segurança nacional, aumentando a inclinação de Teerã para tentar moldar o resultado", lê-se no aviso público.
"Observamos uma atividade iraniana cada vez mais agressiva durante este ciclo eleitoral, especificamente envolvendo operações de influência direcionadas ao público americano e operações cibernéticas visando campanhas presidenciais."
CISA e o FBI também confirmaram que os recentes relatórios sobre iranianos invadindo a campanha do ex-presidente dos EUA Trump são válidos, atribuindo o ataque a atores apoiados pelo estado iraniano.
O incidente, inicialmente reportado pelo Politico, ocorreu no início deste mês e envolveu o roubo e o vazamento de informações confidenciais.
Alguns dias antes, a equipe de inteligência de ameaças da Microsoft alertou sobre uma atividade elevada do Irã direcionada a entidades relacionadas à eleição presidencial dos EUA usando táticas de password spraying e spear-phishing.
Outro aspecto refere-se à desinformação difundida por meio de operações iranianas, também destacado no último boletim da CISA e registrado no relatório da Microsoft.
Além disso, a OpenAI anunciou, no final da semana passada, que identificou e interrompeu uma operação de influência iraniana secreta rastreada como Storm-2035, que se apoiava no ChatGPT para gerar conteúdo extenso publicado em sites de ambos os lados do espectro político, bem como comentários em mídias sociais (em inglês e espanhol).
O relatório trimestral de ameaças adversárias da Meta para o Q2 de 2024 classificou o Irã como a segunda fonte mais frequente de interferência estrangeira, depois da Rússia.
A Meta identificou e interrompeu 30 aglomerados de comportamento inautêntico coordenado do Irã no último trimestre.
As autoridades dos EUA mencionam que nada disso é novo, já que Irã e Rússia são notórios por conduzirem operações de influência há muitos anos em várias regiões do mundo.
Stakeholders e pessoas envolvidas nas próximas eleições, em qualquer papel, são encorajados a relatar atividades suspeitas aos seus escritórios locais do FBI e à CISA por meio deste portal dedicado.
O FBI recentemente assegurou ao público que a segurança e a resiliência na coleta e contagem de votos permanecerão inafetadas mesmo no caso de atividade disruptiva direcionada à infraestrutura de votação, como ataques de ransomware.
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