Um homem de 45 anos, residente em Irvine, Califórnia, assumiu a culpa por lavagem de pelo menos US$ 25 milhões provenientes de um gigantesco roubo de criptomoedas avaliado em US$ 230 milhões.
Kunal Mehta — conhecido por apelidos como "Papa", "The Accountant" e “Shrek” — é o oitavo acusado a se declarar culpado em conexão com o esquema, investigado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos desde maio de 2025.
Documentos judiciais revelam que Mehta fazia parte de um grupo que, entre outubro de 2023 e março de 2025, utilizou técnicas de social engineering para invadir contas de criptomoedas de vítimas.
O grupo transferia os fundos para carteiras digitais sob seu controle, facilitando o roubo em grande escala.
A organização criminosa era composta majoritariamente por jovens de 18 a 20 anos de diversos estados norte-americanos, como Califórnia, Connecticut, Nova York e Flórida, além de integrantes no exterior.
A origem do grupo remonta a amizades formadas durante partidas online.
No esquema, Mehta atuava como lavador de dinheiro, enquanto outros planejavam ataques, identificavam alvos, realizavam invasões, realizavam ligações fraudulentas e roubavam carteiras de hardware.
Ao todo, quatorze suspeitos foram acusados pelo envolvimento no furto e na lavagem dos US$ 230 milhões em criptomoedas.
Entre eles estão Malone Lam, 20 anos (apelidos “Greavys”, “Anne Hathaway” e “$$$”), e Jeandiel Serrano, 21 anos (“Box”, “VersaceGod” e “@SkidStar”), presos em Miami em setembro de 2024.
Além disso, os réus indiciados em maio de 2025 respondem por obstrução da justiça, conspiração para cometer wire fraud, racketeering com uso de tecnologia e lavagem de dinheiro.
Entre eles estão:
- Marlon Ferro, 19 anos (Santa Ana, Califórnia)
- Hamza Doost, 21 anos (Hayward, Califórnia)
- Conor Flansburg, 21 anos (Newport Beach, Califórnia)
- Ethan Yarally, 18 anos (Richmond Hill, Nova York)
- Cody Demirtas, 19 anos (Stuart, Flórida)
- Aakash Anand, 22 anos (Nova Zelândia)
- Evan Tangeman, 21 anos (Newport Beach, Califórnia)
- Joel Cortes, 21 anos (Laguna Niguel, Califórnia)
- Dois acusados com identidade e local desconhecidos, apelidados “Chen”, “Squiggly”, “Danny” e “Meech”
- John Tucker Desmond, 19 anos (Huntington Beach, Califórnia)
No dia 18 de agosto, Lam e um comparsa furtaram mais de 4.100 bitcoins de uma vítima em Washington, D.C., avaliados em mais de US$ 230 milhões na época (hoje ultrapassam US$ 384,5 milhões).
Para ocultar as transações, usaram mixers de criptomoedas, exchanges, “peel chains”, carteiras intermediárias e VPNs, dificultando a identificação dos responsáveis.
Apesar de converterem grande parte dos fundos para Monero, criptomoeda que oferece maior anonimato, os criminosos cometeram erros cruciais que permitiram rastrear a ligação entre os valores lavados e os roubados.
Segundo o Departamento de Justiça, “Mehta criou diversas empresas de fachada em 2024 para facilitar a lavagem de dinheiro por meio de contas bancárias que simulavam legitimidade.
Ele recebia criptomoedas roubadas já parcialmente lavadas pelo grupo e transferia esses ativos para associados, que aplicavam técnicas complexas de lavagem em blockchain.
O dinheiro limpo retornava às contas bancárias das empresas de fachada de Mehta por meio de transferências eletrônicas oriundas de outras empresas de fachada espalhadas pelos EUA.”
As investigações indicaram que Mehta cobrava uma taxa de 10% pelos serviços de conversão das criptomoedas roubadas em dinheiro e pelas transferências bancárias realizadas.
O dinheiro furtado financiou o estilo de vida ostentoso dos envolvidos, incluindo aluguel de jatos particulares, pelo menos 28 carros de luxo (cujo valor varia de US$ 100 mil a US$ 3,8 milhões), segurança privada, bolsas e relógios de grife, festas em clubes e viagens internacionais.
“Mehta é o oitavo acusado a se declarar culpado neste caso”, destacou esta semana o agente especial do FBI Reid Davis.
“Essa confissão reforça o compromisso do FBI no combate à fraude e serve de alerta para que as pessoas fiquem atentas a golpes online: jamais respondam a chamadas, e-mails ou mensagens que solicitem informações pessoais, como senhas, PINs ou códigos enviados para uso único.”
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