Na última semana, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu dois hackers acusados de roubar e vender dados de milhões de brasileiros.
Este esquema criminoso é considerado um dos maiores já realizados no Brasil, envolvendo a divulgação de dados sigilosos.
Cerca de 200 milhões de pessoas tiveram suas informações vazadas, incluindo CPF, número de celular, endereços residenciais, endereços de e-mail, fotos, assinaturas digitalizadas, cópias de CNH, carros e empresas no nome, score em instituições financeiras, entre outros.
Os criminosos também tinham acesso às câmeras OCR de todo o Brasil, o que permitia a leitura das placas de veículos e a localização dos automóveis em rodovias de todo o país.
Os dados comercializados por este grupo eram utilizados para diversas fraudes eletrônicas, criação de dossiês contra autoridades públicas e violação da intimidade dos cidadãos.
Entre as vítimas de dados vazados estavam autoridades como o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB), ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e deputados.
Além das prisões, os agentes cumpriram mandados de busca, bloquearam contas bancárias, derrubaram websites e servidores usados nas práticas criminosas.
De acordo com a polícia, os dados eram vendidos na internet através da dark web para realizar uma série de golpes eletrônicos, como o golpe do PIX, do motoboy, da mão invisível, da falsa central de segurança do banco, do falso sequestro e golpe da portabilidade do consignado.
A investigação também descobriu que 1.453 usuários compraram o acesso a este painel fornecido pelos hackers e estas pessoas também serão investigadas para descobrir o que motivou a compra dos dados sigilosos.
A maioria desses dados de cidadãos, políticos e autoridades públicas foram obtidas por "hackeamento de órgãos públicos".
Eric Sallum, delegado responsável pela investigação, disse que a PCDF continuará investigando para descobrir a origem deste esquema, tido como um dos maiores crimes nacionais realizados com vazamento de dados sigilosos até hoje.
Busca-se, ainda, com a continuidade das investigações, comprovar como estes criminosos tinham acesso aos dados sigilosos da população brasileira, em especial, o hackeamento online das câmeras de reconhecimento de placas.
Os criminosos presos vão responder pelos crimes de divulgação de segredo, invasão de dispositivo informático, organização criminosa e lavagem de dinheiro, e as penas somadas dão mais de 20 anos de prisão.
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