Grupo de hackers cria redes sociais "do bem"
3 de Agosto de 2023

Hackers são conhecidos por criar sistemas para roubar dados e outras situações que colocam a segurança virtual em risco.

No entanto, um grupo que trabalhava na distribuição de ferramentas de hacking agora mudou de rumo.

O Cult of the Dead Cow está desenvolvendo aplicativos de mensagens e redes sociais que não armazenarão os dados pessoais dos usuários.

Os hackers desenvolveram uma estrutura de codificação, chamada Veilid, que pode ser usada por desenvolvedores de aplicativos.

A equipe está baseando seu trabalho em produtos gratuitos como o Signal, que oferece criptografia forte para mensagens de texto e chamadas de voz, e no Tor, que proporciona navegação anônima na web ao rotear o tráfego por meio de uma série de servidores para ocultar a localização da pessoa que realiza a busca.

O objetivo é que essas ferramentas não colem dados do usuário, além de garantir uma navegação segura.

O principal desafio será convencer programadores e engenheiros a projetar aplicativos compatíveis com o Veilid.

Isso porque o fluxos de renda potenciais são limitados pela incapacidade de coletar informações detalhadas dos usuários, não podendo, por exemplo, distribuir anúncios direcionados nas plataformas.

A aposta, no entanto, é que a inovação atraia pessoas que estão cansadas do formato atual das redes sociais.

Além disso, tem o apoio de ativistas dos direitos civis que condenam o uso que a polícia faz de mensagens enviadas por texto e pelo Facebook.

“É ótimo que as pessoas estejam desenvolvendo uma estrutura de criptografia ponta a ponta para tudo.

Podemos superar o modelo de negócios baseado em vigilância”, observa Cindy Cohn, diretora executiva da organização sem fins lucrativos Electronic Frontier Foundation.

Veilid é o lançamento mais significativo em mais de uma década do Cult of the Dead Cow, o grupo de hackers mais antigo e influente nos Estados Unidos.

Os desenvolvedores afirmam que a plataforma é tão fácil de usar quanto o Facebook.

O projeto não tem fins lucrativos.

Segundo o grupo, a ideia é ajudar aqueles com pouco dinheiro ou poder a ter as mesmas comunicações seguras que os bilionários e especialistas.

“É muito raro você encontrar algo que não esteja vendendo seus dados.

Estamos dando às pessoas a capacidade de optar por não participar da economia dos dados.

Devolva o poder aos usuários, dê-lhes controle sobre seus dados e danem-se aquelas pessoas que ganharam milhões com informações pessoais”, destacou Katelyn Bowden, uma das responsáveis pelo Veilid.

Uma das preocupações dos desenvolvedores é em relação à moderação de conteúdo, assunto que está no centro das discussões devido à disseminação de fake news e discursos de ódio no Twitter e no Facebook.

A criptografia total significa que os moderadores não poderão ver interações que são prejudiciais.

Por isso, ainda são necessárias algumas alterações antes da tecnologia efetivamente entrar em operação.

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