O Google começará a tomar medidas contra apps Android na Google Play que apresentam atividade excessiva em segundo plano, causando alto consumo de bateria.
Aplicativos que ultrapassarem um “limiar de mau comportamento” poderão ser sinalizados na Google Play por prejudicarem o desempenho da bateria, o que pode afetar sua visibilidade dentro do ecossistema Android.
Os desenvolvedores têm até 1º de março de 2026 para atualizar seus apps e adequá-los à nova métrica central do Android Vitals, chamada “excessive partial wake locks”.
Esse algoritmo está em fase beta desde 14 de abril e foi desenvolvido pelo Google em colaboração estreita com a Samsung.
“Essa é a primeira de uma série de novas métricas projetadas para oferecer uma visão mais detalhada sobre o uso dos recursos pelo seu app, permitindo melhorar a experiência dos usuários em todo o ecossistema Android”, afirmou o Google.
Apps que ultrapassarem o limite de wake locks excessivos poderão ser identificados como grandes consumidores de bateria na Google Play e até perder espaço em áreas de destaque, como recomendações.
O sistema Android Vitals da Google Play monitorará os partial wake locks — o tempo acumulado em que o app executa tarefas em segundo plano com a tela desligada, impedindo o dispositivo de entrar em modo de suspensão.
A métrica será calculada por sessão do usuário e ao longo de todas as sessões em uma janela de 28 dias, considerando apenas wake locks não isentos — ou seja, aqueles que não são mantidos pelo sistema, relacionados à reprodução de áudio ou iniciados por transferência de dados pelo usuário.
O comportamento do aplicativo será considerado excessivo quando uma única sessão registrar mais de duas horas acumuladas de wake locks não isentos em 24 horas.
O Google definiu o limiar de mau comportamento para apps que excedem esse padrão em 5% das sessões dos usuários nos últimos 28 dias.
Desenvolvedores cujos apps ultrapassarem esse limite receberão um alerta na página de visão geral do Android Vitals.
Essa mudança de política incentivará os desenvolvedores a otimizarem o comportamento dos apps, reduzindo wake locks excessivos ou desnecessários, lançando atualizações o quanto antes e monitorando especialmente aqueles iniciados por bibliotecas externas e SDKs.
Ao ser questionado se esse recurso seria utilizado para detectar spyware, adware e malware — programas que costumam evitar a suspensão do dispositivo para manter canais de rede abertos e exfiltrar dados — o Google respondeu que esse não é o foco principal da métrica.
“A segurança dos apps é prioridade na Google Play, mas o objetivo principal dessa métrica é melhorar a performance da bateria e a qualidade técnica para oferecer uma melhor experiência aos usuários”, explicou a empresa.
“Essa métrica visa ao ‘mau comportamento’ relacionado ao consumo excessivo de recursos, independentemente de o app ser malicioso ou não.
Com esses limites, podemos identificar e agir contra apps que abusam dos recursos do sistema sem entregar valor ao usuário — mas a intenção principal não é combater malware.”
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