Google à prova de ataques quânticos
3 de Junho de 2024

O Google anunciou esta semana o que está descrito como a primeira implementação de uma chave de segurança FIDO2 projetada para ser resistente a ataques quânticos.

O FIDO2 é um framework que viabiliza a troca de autenticação por passwords vulneráveis por autenticação forte baseada em hardware, com o uso de criptografia de chave pública (assimétrica).

Recentemente, temos assistido a avanços significativos na computação quântica, e os gigantes do setor de tecnologia estão cada vez mais voltados para a segurança quântica.

A preocupação principal reside na criptografia — as tecnologias criptográficas atuais não serão capazes de defender informações contra ataques quânticos, razão pela qual a criptografia resiliente a quântica se faz necessária.

Em colaboração com a universidade suíça ETH Zurich, o Google desenvolveu uma implementação de chave de segurança resiliente a quântica.

Essa tecnologia emprega um esquema de assinatura híbrida que usa tanto a criptografia de curva elíptica tradicional (mais especificamente ECDSA) quanto CRYSTALS-Dilithium, um método quântico que foi recentemente padronizado pelo NIST (National Institute of Standards and Technology) dos EUA, o qual garante "forte segurança e excelente performance".

Os pesquisadores envolvidos no desenvolvimento dessa nova chave de segurança apontam que um esquema híbrido é necessário, já que alguns algoritmos resistentes a quantum têm demonstrado vulnerabilidades.

Dada a impossibilidade de atualizar a maioria das chaves de segurança, é preciso ter cautela, conforme ressaltado pelo Google.

O Google lançou o código-fonte de prova de conceito (PoC) como parte do projeto OpenSK.

Iniciado no começo de 2020, o OpenSK visa disponibilizar código-fonte aberto para chaves de segurança de hardware.

Como parte do projeto, a empresa também disponibilizou os recursos necessários para a fabricação de um gabinete de chave de segurança em impressoras 3D.

Dentre outros desenvolvimentos, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) testou uma rede designada a prevenir ataques de computadores quânticos e os EUA delinearam uma estratégia para a transição para criptografia pós-quântica.

"Tecnicamente, um grande desafio foi desenvolver uma implementação de Dilithium que fosse compacta o suficiente para operar em hardware de chaves de segurança de capacidade limitada.Por meio de otimizações cuidadosas, conseguimos desenvolver uma implementação otimizada em Rust que demandava apenas 20 KB de memória, o que se mostrou suficientemente pequeno", explicou o Google em um post no blog.

"Além disso, dedicamos esforços para assegurar que a velocidade de assinaturas da implementação ficasse dentro das especificações esperadas para chaves de segurança. Com isso em mente, acreditamos que aprimorar ainda mais a velocidade de assinatura, explorando a aceleração por hardware, possibilitará chaves mais ágeis", complementou.

Embora ainda possa levar algum tempo até que os ataques quânticos se tornem uma ameaça concreta, o Google sustenta que é crucial o setor tomar ações preventivas o quanto antes, dada a complexidade de implementar a nova criptografia em larga escala na internet.

A empresa espera que sua implementação seja eventualmente padronizada e suportada por todos os principais navegadores web.

Publicidade

Proteja sua empresa contra hackers através de um Pentest

Tenha acesso aos melhores hackers éticos do mercado através de um serviço personalizado, especializado e adaptado para o seu negócio. Qualidade, confiança e especialidade em segurança ofensiva de quem já protegeu centenas de empresas. Saiba mais...