Se você já recebeu um convite para ganhar dinheiro curtindo e avaliando estabelecimentos na internet e pensou "o que eu tenho a perder?", você não está sozinho.
No entanto, apesar de parecer inofensivo, a atividade pode ser parte do chamado "golpe da renda extra", que já vitimou pessoas em todo o Brasil.
O golpe é simples: alguém entra em contato com a vítima, geralmente através de aplicativos de mensagens e usando um número de telefone com DDD internacional.
Essa pessoa oferece a oportunidade de ganhar dinheiro realizando tarefas simples, como curtir publicações online ou avaliar estabelecimentos usando o próprio celular.
A remuneração oferecida é sempre atraente.
Mas a parte boa acaba aqui.
O golpe é classificado como estelionato e pode resultar em uma pena de 1 a 5 anos de prisão.
No entanto, de acordo com a doutora em direito penal pela USP Heidi Florêncio Neves, consultada pelo g1, para que o golpe seja enquadrado como crime, a vítima precisa fazer um boletim de ocorrência e deixar claro que deseja que o caso seja investigado.
Ela também recomenda que a vítima não exclua nenhuma conversa ou screenshot que possa comprovar o golpe, mas explica que, mesmo assim, costuma ser difícil recuperar o dinheiro.
O golpe pode parecer algo como "o que eu tenho a perder?" e, para algumas pessoas, realmente rendeu lucros.
O segredo é estar ciente de que se trata de uma técnica de extorsão e se desvincular dos contratantes quando eles começarem a cobrar pelos valores "pré-pagos".
Fontes entrevistadas pelo g1 relataram que, após aceitarem a proposta e começarem a realizar as tarefas, eles foram realmente pagos conforme o prometido.
O problema é que, depois de um tempo, os golpistas começam a cobrar a realização de algumas tarefas "pré-pagas", prometendo que reembolsariam através de uma plataforma de bitcoin, que valorizaria o dinheiro.
Marcos Carvalho, de Natal (RN), só percebeu que era um golpe depois de já ter transferindo um total de R$ 1.728.
Quando ele solicitou o reembolso dos valores, foi bloqueado pelos supostos contratantes no WhatsApp e no Telegram.
Ele registrou um boletim de ocorrência, mas o dinheiro já havia sido transferido para outra conta e ele não conseguiu recuperar.
Já Annabelle Leblanc, uma professora de alemão de Campo Grande, disse que não desconfiou do DDD internacional, porque tem alunos fora do país, mas percebeu que era estelionato quando os contratantes solicitaram um valor de R$ 15 mil pelas tarefas pré-pagas.
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