A Visa divulgou que o valor médio das transações fraudulentas no e-commerce brasileiro quase dobrou em relação às compras legítimas no primeiro semestre de 2024.
Segundo levantamento da Visa Acceptance Solutions, o valor médio dos golpes foi de R$ 1.200, enquanto as compras legítimas ficaram em R$ 740.
O estudo, conduzido pela área de soluções de pagamentos da empresa, revelou que 55% das fraudes ocorreram via dispositivos móveis.
Durante um evento, Gustavo Carvalho, vice-presidente da Visa Added Services (VAS) no Brasil, destacou que 90% das contestações de transações são iniciadas apenas 45 dias após a compra.
O levantamento também apontou os estados com maior incidência de fraudes: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná lideram o ranking.
Em resposta ao aumento das fraudes digitais, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) firmaram uma parceria no início de 2024 para intensificar o combate a esses crimes.
Carvalho explicou as duas táticas predominantes utilizadas pelos fraudadores atualmente.
A primeira é o “teste de cartão”, prática em que criminosos realizam pequenas compras para verificar se os dados de um cartão roubado ainda estão ativos, antecipando um golpe maior.
A segunda é o “roubo de contas”, quando, por meio de engenharia social, golpistas assumem o controle da conta de um usuário em lojas online para utilizar os dados de pagamento salvos.
Ele ressaltou a importância do modelo zero trust, que parte do princípio de que nenhum acesso — nem mesmo de clientes — deve ser automaticamente confiável.
O perímetro de segurança se expandiu além dos escritórios, já que os acessos ocorrem de qualquer lugar, especialmente via celular.
A Visa tem investido fortemente em tecnologia para combater fraudes, apostando em inteligência artificial (IA) e machine learning.
Nos últimos cinco anos, a empresa aplicou mais de US$ 11 bilhões globalmente nessas áreas, o que resultou no bloqueio de US$ 40 bilhões em fraudes em 2023.
Por outro lado, Gustavo Carvalho alertou que os criminosos também utilizam IA para aprimorar suas técnicas.
Um exemplo são os “dados sintéticos”, em que informações reais das vítimas são misturadas a dados falsos gerados por IA para enganar sistemas de verificação.
Além disso, o uso de deep fakes em vídeos para promover produtos falsos com imagens de celebridades tem se tornado mais comum.
Carvalho ainda prevê ataques personalizados por imersão, nos quais golpistas usam pessoas da rede de contato da vítima para ganhar confiança.
No final de setembro, a União Europeia questionou Apple, Google e Microsoft sobre a proliferação de fraudes financeiras no ambiente digital, incluindo anúncios falsos.
Segundo o bloco europeu, essas ações criminosas já causaram prejuízos superiores a 4 bilhões de euros.
Essa mobilização global reforça a urgência de abordagens tecnológicas e regulatórias para proteger consumidores e empresas contra golpes que crescem em volume e complexidade.
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