França prende letão por instalar malware em ferry italiano
18 de Dezembro de 2025

Autoridades francesas prenderam dois tripulantes de um ferry italiano suspeitos de infectar a embarcação com malware que permitiria o controle remoto do navio.

Segundo o escritório do procurador de Paris, um cidadão búlgaro foi liberado sem acusações, enquanto um tripulante letão, recém-integrado à equipe do ferry Fantastic — da empresa italiana Grandi Navi Veloci (GNV) — segue detido e foi transferido para Paris no último domingo.

O letão é acusado de conspirar para infiltrar sistemas computacionais em benefício de uma potência estrangeira, após a descoberta de uma ferramenta de acesso remoto a bordo, conforme reportagem inicial do jornal Le Parisien.

“As investigações urgentes da DGSI resultaram na apreensão de diversos itens que ainda passarão por análise.

O processo continua sob a direção do juiz responsável, em estreita cooperação com as autoridades italianas”, informou o procurador de Paris.

O malware foi detectado pela GNV, que comunicou as autoridades italianas e a Direção-Geral de Segurança Interna da França — agência nacional de contraespionagem.

A infecção ocorreu enquanto o ferry Fantastic estava atracado no porto mediterrâneo de Sète.

Embora a GNV ainda não tenha divulgado quais sistemas foram afetados, a empresa afirmou que o malware foi neutralizado “sem consequências”, segundo apuração da emissora France 24.

O ministro do Interior francês, Laurent Nuñez, confirmou que a investigação apura possível interferência estrangeira.

“Trata-se de um assunto muito sério...

Indivíduos tentaram invadir o sistema de processamento de dados de um navio.

Os investigadores estão focados na possibilidade de interferência externa.

Sim, interferência estrangeira”, declarou Nuñez à imprensa francesa.

Embora não tenha citado explicitamente a Rússia — país associado a diversas operações de sabotagem na Europa nos últimos anos —, Nuñez afirmou que atualmente “muito frequentemente um único país está por trás dessas interferências”.

Na sexta-feira passada, o ministro também confirmou que os servidores de e-mail do Ministério do Interior francês foram invadidos em um ataque cibernético.

Na terça-feira, um suspeito de 22 anos foi preso em conexão com o incidente.

O jovem foi indiciado por acesso não autorizado a sistema automatizado de dados pessoais, como parte de um grupo organizado, e pode cumprir até 10 anos de prisão.

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