A Europol e forças de segurança de nove países desmantelaram com sucesso uma plataforma de comunicações criptografadas denominada "Ghost", que era utilizada pelo crime organizado, incluindo tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
O Ghost possuía recursos avançados de segurança e anonimização, permitindo a compra de assinaturas com criptomoedas, oferecendo três camadas de criptografia e um sistema de autodestruição de mensagens, que eliminava evidências tanto no dispositivo do remetente quanto do destinatário.
Milhares de pessoas em todo o mundo utilizavam a plataforma Ghost para trocar aproximadamente 1.000 mensagens diariamente, enquanto uma extensa rede global de revendedores a promovia para clientes em potencial.
As assinaturas custavam US$ 2.350 por seis meses e incluíam um dispositivo de smartphone modificado e serviços de suporte técnico.
A investigação sobre a plataforma, liderada pela Força-Tarefa Operacional (OTF) da Europol, começou em março de 2022, envolvendo agentes dos Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Irlanda, Austrália, Suécia e Holanda.
Esforços conduziram à descoberta dos servidores do Ghost na França e na Islândia, dos proprietários da plataforma na Austrália, e de ativos ligados à plataforma nos Estados Unidos.
O exame das provas permitiu que as autoridades organizassem operações coordenadas em diferentes países, resultando em um total de 51 prisões — 38 na Austrália, 11 na Irlanda, uma no Canadá e uma na Itália.
Os principais operadores enfrentam cinco acusações e penas potenciais que somam até 26 anos de prisão.
"Hoje deixamos claro que, não importa o quão ocultas as redes criminosas achem que estão, elas não podem escapar do nosso esforço coletivo", comentou a diretora executiva da Europol, Catherine De Bolle.
Forças de segurança de 9 países, juntamente com a Europol, desmantelaram uma ferramenta que era vital para o crime organizado grave.
Além das prisões, as autoridades desmantelaram um laboratório de drogas e apreenderam armas, substâncias ilegais e mais de € 1 milhão (US$ 1,1M) em dinheiro.
A Europol comentou que, devido à complexidade das investigações, teve de mobilizar especialistas em cibersegurança na Islândia, Irlanda e Austrália que realizaram tarefas técnicas altamente especializadas.
A autoridade também sublinha que ações como o desmantelamento da Ghost, e anteriormente Sky ECC, EncroChat e Exlu, resultam em fragmentações na paisagem das comunicações criptografadas, o que torna suas investigações e o rastreamento de crimes mais desafiadores.
"Atores criminosos, em resposta, estão agora recorrendo a uma variedade de ferramentas de comunicação menos estabelecidas ou construídas sob medida que oferecem diversos graus de segurança e anonimato", explicou a Europol em comunicado à imprensa.
Essa estratégia ajuda esses atores a evitar expor suas operações e redes criminais inteiras em uma única plataforma, mitigando assim o risco de interceptação.
Recentemente, a Europol pediu uma abordagem equilibrada para a criptografia, defendendo medidas que garantam a privacidade sem comprometer o acesso legal aos dados em investigações criminais.
A agência aproveitou esta oportunidade para lembrar as empresas privadas de sua responsabilidade em fornecer acesso legal aos dados quando requerido por investigações criminais.
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