Autoridades de inteligência da Dinamarca responsabilizaram a Rússia por ataques cibernéticos contra a infraestrutura crítica do país, parte das operações híbridas de Moscou contra nações ocidentais.
Em comunicado divulgado na quinta-feira, o Serviço de Inteligência de Defesa da Dinamarca (DDIS) identificou dois grupos que atuam em nome do Estado russo: o Z-Pentest, ligado a um ataque destrutivo ao setor de água, e o NoName057(16), apontado como responsável por ataques de DDoS antes das eleições locais de novembro, consideradas um termômetro importante para o pleito de 2025.
“As autoridades russas utilizam ambos os grupos como instrumentos da guerra híbrida contra o Ocidente.
O objetivo é gerar insegurança nos países-alvo e punir aqueles que apoiam a Ucrânia”, afirmaram os oficiais de inteligência.
“As operações cibernéticas da Rússia fazem parte de uma campanha de influência mais ampla, destinada a enfraquecer o apoio ocidental à Ucrânia.
O DDIS avalia que as eleições dinamarquesas foram usadas como palco para atrair a atenção pública — um padrão identificado em diversos pleitos europeus.”
Desde a invasão em larga escala lançada pela Rússia em fevereiro de 2022, a Dinamarca tem participado das sanções internacionais contra Moscou e oferecido apoio à Ucrânia, fornecendo equipamentos militares, treinamento e auxílio financeiro.
“Esta é uma evidência clara de que a guerra híbrida que mencionamos está, infelizmente, em curso.
Isso reforça o alerta sobre a situação em que nos encontramos na Europa”, disse Troels Lund Poulsen, ministro da Defesa da Dinamarca, em declaração à imprensa citada pelo The Guardian.
“É totalmente inaceitável que ataques híbridos sejam realizados na Dinamarca por agentes russos”, acrescentou Poulsen, informando que o Ministério das Relações Exteriores convocará o embaixador russo para prestar esclarecimentos sobre os incidentes.
Em agosto, o Serviço de Segurança da Polícia da Noruega (PST) atribuiu a hackers pró-Rússia a abertura das válvulas de descarga em uma represa, após esses terem assumido o controle dos sistemas operacionais críticos.
Três anos antes, a Autoridade Nacional de Segurança da Noruega (NSM) vinculou o grupo criminoso pró-Rússia Legion a ataques de DDoS que comprometeram diversos sites e serviços online importantes.
Mais recentemente, em 10 de dezembro, a CISA publicou alerta conjunto com FBI, NSA, Centro Europeu de Cibercrime (EC3) e outras agências globais de segurança cibernética e de aplicação da lei, apontando que grupos hacktivistas pró-Rússia — incluindo NoName, Z-Pentest, Sector16 e CARR (Cyber Army of Russia Reborn) — continuam a visar organizações de infraestrutura crítica em todo o mundo.
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