A maioria das empresas não ultrapassa o quinto aniversário - estudos indicam que cerca de 50% dos pequenos negócios fecham as portas nos primeiros cinco anos.
Por isso, quando o grupo KNP Logistics (antigo Knights of Old) comemorou mais de 150 anos de operação, havia demonstrado um verdadeiro domínio da arte da sobrevivência.
Durante 158 anos, a KNP se adaptou e resistiu, construindo um negócio de transporte que operava uma frota de 500 caminhões em todo o Reino Unido.
No entanto, em junho de 2025, uma senha facilmente previsível derrubou a empresa em questão de dias.
A companhia, sediada em Northamptonshire, foi vítima do grupo de ransomware Akira, que acessou os sistemas ao descobrir a senha fraca de um colaborador.
Os hackers não precisaram de uma campanha sofisticada de phishing ou de um zero-day exploit — bastou um password simples para que os criminosos cibernéticos acessassem a rede.
Quando a segurança básica falha, tudo desmorona
Não importa o quão avançados sejam os mecanismos de segurança da sua organização; se a base falhar, o impacto pode ser devastador.
No caso da KNP, o grupo Akira atacou os sistemas expostos à internet, encontrou uma credencial sem autenticação multifator (MFA) e adivinhou a senha.
Com acesso liberado, os invasores implantaram o ransomware em toda a infraestrutura digital da empresa.
Mas o estrago não parou por aí: além de criptografar dados críticos, os criminosos eliminaram os backups e os sistemas de recuperação, garantindo que a empresa não tivesse como restaurar suas operações sem pagar o resgate.
O valor exigido pelos hackers foi estimado em £5 milhões — um montante que o grupo de transporte simplesmente não podia arcar.
Apesar de contar com conformidade padrão na área de TI e seguro contra ataques cibernéticos, essas proteções não foram suficientes para evitar o colapso.
As operações foram paralisadas, todos os caminhões ficaram parados e os dados bloqueados.
A equipe de resposta à crise contratada pelos seguradores classificou o episódio como “o pior cenário possível” para qualquer organização.
Em poucas semanas, a KNP entrou em processo de administração judicial e 700 funcionários perderam os empregos.
O problema das senhas fracas continua: A experiência da KNP expõe uma vulnerabilidade que ainda afeta organizações mundo afora.
Um estudo da Kaspersky, com base em 193 milhões de senhas comprometidas, revelou que 45% delas podem ser quebradas em menos de um minuto por hackers.
Quando é tão simples adivinhar ou quebrar credenciais, até mesmo empresas consolidadas ficam expostas.
Falhas individuais de segurança provocam consequências que atingem toda a organização — especialmente quando a senha escolhida é algo como “Password123” ou a própria data de nascimento do usuário.
Além do prejuízo financeiro: O colapso da KNP evidencia que ataques de ransomware causam danos que vão muito além da perda financeira imediata. Setecentas famílias perderam a principal fonte de renda.
Uma empresa com quase dois séculos de história desapareceu da noite para o dia. E a economia de Northamptonshire foi impactada com a saída de um importante empregador e prestador de serviços.
Para as empresas que conseguem sobreviver a ataques ransomware, o dano à reputação costuma ampliar ainda mais o problema inicial.
Clientes, parceiros e órgãos reguladores passam a questionar as práticas de segurança da organização.
A busca por responsabilização diante de vazamentos de dados e falhas operacionais pode abrir caminho para processos judiciais e outras sanções.
A KNP se junta a um grupo estimado de 19.000 empresas britânicas que sofreram ataques de ransomware no último ano, segundo pesquisas oficiais.
Entre as vítimas de destaque estão grandes varejistas como M&S, Co-op e Harrods, provando que nenhuma organização, por maior ou consolidada que seja, está imune.
A situação tende a piorar, pois criminosos reduziram a barreira de entrada ao oferecerem ransomware-as-a-service e expandidos táticas de engenharia social que não exigem habilidades técnicas avançadas.
Hoje, golpistas costumam até ligar para helpdesks de TI para se infiltrar em sistemas corporativos, explorando mais a psicologia humana do que vulnerabilidades de software.
Pesquisas do setor indicam que o valor médio de resgate no Reino Unido gira em torno de £4 milhões, e cerca de um terço das empresas opta por pagar para evitar a falência.
Contudo, o pagamento não garante a recuperação dos dados nem impede novos ataques — ele apenas financia operações criminosas que continuarão mirando outras organizações.
O caso da KNP deixa claro que controles de segurança são a linha de defesa mais vital contra ransomware.
Quando uma única senha fraca pode destruir décadas — ou séculos — de atividades, não há espaço para negligenciar a proteção das credenciais.
Para fortalecer suas defesas, é essencial:
- Implementar políticas rigorosas de senha: bloqueie senhas fracas e comummente comprometidas, e forçar a criação de passphrases longas e complexas.
- Ativar autenticação multifator (MFA): mesmo que a senha seja exposta, fatores adicionais dificultam o acesso não autorizado.
A ausência de MFA nos sistemas expostos à internet da KNP permitiu que invasores entrassem assim que descobriram as senhas.
- Adotar arquitetura zero-trust e controles de acesso baseados no princípio do menor privilégio: essas práticas assumem que a rede pode ser comprometida e validam todas as solicitações de acesso, independentemente da origem.
Limitam também movimentos laterais dentro da infraestrutura, evitando que uma conta violada dê acesso total aos recursos da organização.
- Testar backups e processos de recuperação regularmente: seus sistemas de backup devem estar isolados da rede principal e passar por testes frequentes para garantir a restauração efetiva dos dados.
Na maioria dos casos, backups funcionais fazem a diferença entre a sobrevivência e o destino da KNP.
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