Um tribunal da cidade de Moscou condenou na quarta-feira o cofundador e CEO do Group-IB, Ilya Sachkov, por "alta traição" e o prendeu por 14 anos, por acusações de passar informações para espiões estrangeiros.
"O tribunal considerou Sachkov culpado de acordo com o artigo 275 do Código Penal Russo (alta traição), condenando-o a 14 anos de encarceramento em uma prisão de segurança máxima, restrição de liberdade por um ano e uma multa de 500.000 rublos (cerca de $5.550)", a agência estatal de notícias TASS relatou.
Sachkov, que está detido desde setembro de 2021 e nega qualquer irregularidade, foi acusado de entregar informações confidenciais à inteligência estrangeira em 2011, o que os promotores disseram ter causado danos à reputação dos interesses nacionais da Rússia.
A natureza exata das acusações é incerta.
O homem de 37 anos espera apelar da decisão, disse a Bloomberg, acrescentando, "Sachkov teria fornecido ao governo dos EUA informações sobre uma equipe de hackers do serviço de inteligência militar GRU de Moscou - apelidada de 'Fancy Bear' por empresas de cibersegurança dos EUA - e seus esforços para influenciar a eleição presidencial dos EUA de 2016".
O Group-IB, fundado originalmente na Rússia em 2003 e agora com sede em Singapura, disse "temos plena confiança na inocência de Ilya" e que ele "não teve chance de um julgamento imparcial."
"Todos os materiais do caso são mantidos em sigilo, e todas as audiências foram realizadas em completo segredo, sem nenhum escrutínio público", a empresa de cibersegurança observou.
"Como resultado, talvez nunca saibamos o pretexto para sua condenação."
A empresa de cibersegurança saiu completamente da Rússia em abril deste ano, e seu negócio local opera agora como uma empresa independente sob a nova marca F.A.C.C.T. (abreviação de Fight Against Cybercrime Technologies).
"Este é um momento difícil para todos nós e um dia chuvoso para o mercado de cibersegurança", disse Valery Baulin, diretor geral da F.A.C.C.T. em uma declaração.
"Ilya Sachkov, meu amigo, colega, criador de uma das empresas de alta tecnologia mais bem-sucedidas no campo da cibersegurança, foi enviado para uma colônia como resultado de um 'julgamento acelerado.'"
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