Ciberataques russos aprimoram uso de inteligência artificial na Ucrânia
9 de Outubro de 2025

O uso de inteligência artificial (AI) por hackers russos em ataques cibernéticos contra a Ucrânia atingiu um novo patamar no primeiro semestre de 2025, informou o Serviço Estatal de Comunicações Especiais e Proteção da Informação da Ucrânia (SSSCIP).

De acordo com o órgão, os cibercriminosos utilizam a AI não apenas para criar mensagens de phishing, mas também para gerar amostras de malware.

"Alguns dos malwares analisados apresentam sinais claros de terem sido produzidos com apoio de inteligência artificial — e os atacantes certamente não vão parar por aí", destaca o relatório divulgado nesta quarta-feira.

No período, foram registrados 3.018 incidentes cibernéticos, número superior aos 2.575 casos registrados na segunda metade de 2024.

Houve aumento nos ataques direcionados a autoridades locais e entidades militares, enquanto as ofensivas contra os setores governamental e energético diminuíram.

Um dos ataques mais relevantes envolveu o grupo UAC-0219, que utilizou o malware WRECKSTEEL em ofensivas contra órgãos da administração pública e infraestruturas críticas.

Há indícios de que esse malware, que rouba dados via PowerShell, foi desenvolvido com ferramentas de AI.

Outras campanhas registradas contra a Ucrânia incluem:

- Campanhas de phishing do UAC-0218 focadas nas forças de defesa, distribuindo o malware HOMESTEEL por meio de arquivos RAR armadilhados;

- Ataques do UAC-0226 contra organizações ligadas ao desenvolvimento de inovações no setor industrial de defesa, governos locais, unidades militares e agências de segurança, utilizando o stealer GIFTEDCROOK;

- Phishing do UAC-0227, que visou autoridades locais, infraestruturas críticas e centros territoriais de recrutamento e apoio social (TRCs e SSCs), com táticas do tipo ClickFix ou anexos SVG para disseminar os stealers Amatera Stealer e Strela Stealer;

- Campanhas do subgrupo UAC-0125, associado ao Sandworm, que enviou e-mails com links para sites falsos da ESET, com o objetivo de distribuir um backdoor em C# chamado Kalambur (também conhecido como SUMBUR), disfarçado como programa de remoção de ameaças.

O SSSCIP também identificou o grupo APT28 (também denominado UAC-0001), ligado à Rússia, explorando falhas de cross-site scripting (XSS) em softwares de webmail como Roundcube ( CVE-2023-43770 , CVE-2024-37383 e CVE-2025-49113 ) e Zimbra ( CVE-2024-27443 e CVE-2025-27915 ), para realizar ataques do tipo zero-click.

"Nesse tipo de exploração, os invasores injetam código malicioso que, por meio da API do Roundcube ou do Zimbra, obtém acesso a credenciais, listas de contatos e filtros configurados para encaminhar todos os e-mails para caixas controladas pelos atacantes", explicou o SSSCIP.

Outra técnica usada para roubo de credenciais envolvia a criação de blocos HTML ocultos (visibility: hidden) com campos de login e senha configurados com o atributo autocomplete='on'.

Isso permitia o preenchimento automático dos dados armazenados no navegador, que eram então exfiltrados.

O relatório reforça que a Rússia mantém a condução de uma guerra híbrida, sincronizando operações cibernéticas com ataques físicos no campo de batalha.

O grupo Sandworm (UAC-0002), por exemplo, segue ativo contra instituições dos setores de energia, defesa, provedores de internet e pesquisa.

Além disso, vários grupos de ameaça passaram a abusar de serviços legítimos, como Dropbox, Google Drive, OneDrive, Bitbucket, Cloudflare Workers, Telegram, Telegra[.]ph, Teletype.in, Firebase, ipfs[.]io e mocky[.]io para hospedar malwares, páginas de phishing ou canais de exfiltração de dados.

“O uso de recursos online legítimos para fins maliciosos não é novidade, mas a quantidade de plataformas exploradas por hackers russos tem aumentado continuamente nos últimos tempos”, alertou o SSSCIP.

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