China questiona Nvidia sobre possíveis falhas de segurança no chip H20, incluindo monitoramento de localização e desligamento remoto
A Nvidia enfrenta uma nova barreira para retomar suas vendas no mercado chinês.
A Administração do Ciberespaço da China (CAC) convocou representantes da empresa para esclarecer supostas vulnerabilidades de segurança no chip H20, desenvolvido especialmente para o mercado local e ajustado para driblar as restrições impostas pelos Estados Unidos.
De acordo com a autoridade chinesa, especialistas americanos em IA teriam identificado uma backdoor no hardware da Nvidia, além de mecanismos que permitiriam rastreamento de localização e desligamento remoto do dispositivo.
Essas funcionalidades são vistas pelo governo chinês como ameaças graves à segurança nacional.
Por isso, a CAC exigiu documentação técnica detalhada sobre o funcionamento do chip.
O foco da investigação é o chip H20, uma versão personalizada da linha da Nvidia que teve a venda autorizada no início de julho, após meses de restrições comerciais.
A liberação, encarada como uma tentativa de reaproximação com o mercado chinês, agora está sob escrutínio e gerou dúvidas sobre a confiabilidade do produto.
Em comunicado divulgado em 31 de julho, a CAC confirmou a realização da reunião com a Nvidia para tratar dessas “questões sérias de segurança”.
No entanto, o órgão não revelou quais especialistas teriam identificado as supostas falhas nem indicou se testes adicionais foram conduzidos na China para validar as alegações.
A Nvidia, por sua vez, ainda não se manifestou publicamente.
Especialistas e analistas têm apontado a ausência de detalhes técnicos nas acusações.
Paul Triolo, consultor especializado em tecnologia e relações com a China, afirmou ao Financial Times que até o momento não há evidências claras de que a Nvidia tenha inserido uma backdoor de forma deliberada nos chips.
Impactos da crise para a Nvidia e o mercado de semicondutores
O caso reflete as crescentes tensões entre interesses comerciais e conflitos geopolíticos na indústria de semicondutores.
Nos Estados Unidos, legisladores discutem a possibilidade de exigir mecanismos de rastreamento (tracking features) em chips exportados, medida que poderia afetar diretamente fabricantes como a Nvidia.
Em julho, a Nvidia chegou a atingir um valor de mercado de US$ 4 trilhões.
Apesar da retomada das exportações do chip H20 para a China — cujos processos de fabricação e entrega levam cerca de nove meses —, o cenário permanece incerto.
Além das preocupações manifestadas pela China, a liberação do chip ainda enfrenta resistência dentro dos Estados Unidos.
Críticos americanos, incluindo ex-integrantes do governo, argumentam que vender o H20 para a China pode acelerar o avanço da inteligência artificial no país asiático, o que representaria uma ameaça à segurança nacional dos EUA.
Já na China, existem dúvidas se a retomada da compra de chips Nvidia não pode atrasar o desenvolvimento e adoção de soluções produzidas localmente.
Empresas como Huawei, Biren e Cambricon têm se beneficiado das políticas governamentais que incentivam a substituição de chips importados por alternativas nacionais.
A orientação do governo chinês, mesmo que informal, é clara: priorizar fornecedores internos para reduzir a dependência de tecnologia estrangeira.
A disputa destaca, portanto, os desafios complexos envolvendo tecnologia, segurança e comércio internacional em um setor estratégico para a economia global.
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