Chefe da espionagem australiana alerta que hackers ligados ao governo e ao exército da China miram a infraestrutura crítica do país, destacando risco crescente de “sabotagem de alto impacto”.
Mike Burgess, diretor da Australian Security Intelligence Organisation (ASIO), afirmou que níveis “sem precedentes de espionagem” indicam uma ameaça crescente de “sabotagem cibernética” nos próximos cinco anos.
Burgess ressaltou que “um Estado-nação — não é difícil adivinhar qual — vem realizando múltiplas tentativas de escanear e penetrar a infraestrutura crítica da Austrália e de seus aliados, mirando redes de água, transporte, telecomunicações e energia”.
A embaixada chinesa foi procurada para comentar.
O chefe da ASIO alertou que regimes autoritários estão cada vez mais dispostos a “interromper e destruir”.
Ele citou dois grupos de hackers chineses, Salt Typhoon e Volt Typhoon, que têm atacado empresas de telecomunicações nos Estados Unidos e na Austrália.
Segundo Burgess, “esses grupos são hackers a serviço da inteligência do governo chinês e do seu exército”.
Ambos foram responsáveis pelo roubo de informações sensíveis, mas o perigo real está na ameaça de sabotagem — interrupções na infraestrutura crítica.
Salt Typhoon tem foco em espionagem, invadindo redes de telecomunicações americanas e sondando as australianas.
Já Volt Typhoon atua com objetivos disruptivos, comprometendo redes críticas nos EUA para futuras ações de sabotagem.
Burgess confirmou: “Também observamos hackers chineses testando nossa infraestrutura crítica”.
Ele destacou que regimes autoritários buscam prejudicar a tomada de decisões, causar danos econômicos, minar a capacidade de guerra e fomentar discórdia social.
“Não creio que nós — e quando digo ‘nós’ incluo toda a sociedade — compreendemos plenamente o quão devastador isso pode ser”, afirmou.
Burgess lembrou que até mesmo interrupções curtas nas telecomunicações, sem relação com interferência estrangeira, já causam impactos significativos na sociedade.
“Foi uma rede telefônica fora do ar por menos de um dia”, exemplificou.
“Agora imagine as consequências se um Estado-nação derrubasse todas as redes, desligasse a energia durante uma onda de calor, contaminasse a água potável ou paralisasse o sistema financeiro.”
Ele também falou sobre o aumento na coleta de informações por espiões.
“Eles miram agressivamente projetos do setor privado, negociações e investimentos que possam conferir vantagens comerciais a empresas estrangeiras.
E, assim como criminosos, têm atacado dados de clientes.”
Segundo Burgess, estimativas conservadoras indicam que, em 2023-24, a espionagem custou à Austrália 12,5 bilhões de dólares australianos (aproximadamente 8,2 bilhões de dólares americanos).
Cerca de 2 bilhões de dólares em segredos comerciais e propriedade intelectual foram roubados de companhias australianas apenas em um ano.
O chefe da ASIO descreveu as capacidades dos hackers como “altamente sofisticadas, usando técnicas de ponta para localizar suas redes, testar vulnerabilidades, ‘bater nas portas digitais’ e checar as fechaduras virtuais”.
Após invadir as redes, “mapeiam agressivamente os sistemas e buscam manter acesso persistente e indetectável, o que lhes possibilita realizar sabotagens no momento oportuno”.
Publicidade
A Solyd Hunter encontra, valida e entrega os melhores profissionais de Cibersegurança, Red Team, AppSec e Pentest para sua empresa com garantia e agilidade. Clique aqui e contrate com segurança. Saiba mais...