Brave e AdGuard decidiram bloquear a funcionalidade Recall do Windows, citando preocupações com a privacidade.
De acordo com as empresas, as capturas de tela automáticas realizadas pelo Recall poderiam expor informações confidenciais dos usuários.
Enquanto isso, a Microsoft defende que o recurso é seguro, opcional e os dados são armazenados localmente.
A ferramenta Recall, que foi introduzida pela Microsoft nos novos PCs Copilot+, começou a ser contestada por desenvolvedores.
Essa funcionalidade realiza capturas de tela automáticas da atividade do usuário para auxiliar na recuperação de dados, e agora está sendo bloqueada pelo navegador Brave e pelo aplicativo de segurança AdGuard.
Essas empresas alegam que o Recall pode comprometer a privacidade ao capturar telas que contenham dados bancários, conversas privadas e outras informações sensíveis.
Elas seguiram o exemplo do aplicativo de mensagens Signal, que foi um dos primeiros a implementar esse bloqueio, em maio.
Preocupações com o Recall
O Recall faz capturas de tela automaticamente em intervalos regulares, salvando essas imagens localmente para que o usuário possa revisitar atividades passadas.
Segundo a Microsoft, a ferramenta é opcional, requer autenticação via Windows Hello, os dados são mantidos criptografados e filtros automáticos são aplicados para esconder informações sensíveis.
No entanto, apesar dessas medidas de segurança, o recurso tem sido motivo de controvérsias.
Recentemente, a versão 7.21 do AdGuard para Windows começou a incluir uma opção para desabilitar o Recall.
Em uma declaração feita na sexta-feira (25/07), a empresa descreveu a ideia de capturas de tela contínuas como "inquietante" e afirmou que depender de detecção automática de conteúdo não é seguro.
Conhecido principalmente por seu bloqueador de anúncios, o AdGuard argumentou que o Recall expõe senhas numéricas a riscos e abre espaço para abusos ou violação de dados.
Por sua vez, o navegador Brave vai impedir o acesso ao Recall por padrão a partir da versão 1.81 no Windows 11 ou superior.
A empresa comunicou que permitir o registro de atividades de navegação em um banco de dados local constitui um risco, uma vez que esses dados podem ser comprometidos por malwares.
Contudo, os usuários ainda poderão reativar o Recall manualmente nas configurações de privacidade.
O Signal foi pioneiro ao restringir o acesso do Recall às suas janelas de conversa, utilizando um recurso de DRM que bloqueia qualquer ferramenta, incluindo o próprio sistema operacional, de fazer capturas de tela do aplicativo.
Embora essa medida seja efetiva, ela também impede o uso de softwares de leitura de tela e outros auxílios à acessibilidade.
Mesmo com alterações feitas pela Microsoft após os primeiros feedbacks, o Recall continua gerando debates.
Atualmente em fase de testes, o recurso foi lançado no Windows 11 em abril e está previsto para alcançar mais usuários nos meses seguintes.
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