Brasileiros FORÇADOS a realizar golpes cibernéticos
19 de Fevereiro de 2025

Dois brasileiros, que foram mantidos reféns em uma verdadeira "fábrica de golpes online" em Mianmar, foram forçados a recrutar outros brasileiros através das redes sociais para serem suas próximas vítimas, conforme noticiado pelo g1 nesta terça-feira (18).

A dupla conseguiu escapar do local na semana passada, juntamente com outros imigrantes que enfrentavam situações similares.

Phelipe de Moura Ferreira, um dos jovens coagidos a trabalharem em condições degradantes na KK Park, relatou que os fraudadores criavam perfis falsos, personificando uma modelo chinesa em busca de assistência financeira.

Na interação com as potenciais vítimas, faziam perguntas sobre nome, idade, estado civil, profissão e salário.

Após estabelecer uma relação de confiança, a suposta modelo propunha um trabalho em uma plataforma, prometendo uma comissão de US$ 30 (aproximadamente R$ 170, na cotação atual) pela ajuda em certas tarefas.

As vítimas que concordavam recebiam o primeiro pagamento, mas as comissões subsequentes exigiam "recargas" que iniciavam em US$ 150 (R$ 853) e poderiam atingir até US$ 5 mil (R$ 28,4 mil).

As vítimas potenciais dessa rede de golpes online eram tanto homens quanto mulheres, embora os brasileiros começassem a suspeitar das conversas, percebendo a possibilidade de fraude.

Com isso, os operadores do golpe começaram a mirar em vítimas de outros países das Américas, além da Ucrânia e da Rússia, que consideravam mais fáceis de serem enganadas, segundo Phelipe.

Um caso particularmente grave relacionado ao golpe online resultou em um prejuízo de 350 mil euros (cerca de R$ 2,08 milhões) para uma vítima do Caribe.

Após ser seduzida por um operador chinês que prometeu morar com ela, a mulher foi convencida a tomar empréstimos e comprar uma casa.

Phelipe, obrigado a participar ativamente no esquema, revelou que tentou encontrar outras pessoas para continuar a interação, sob o risco de ser penalizado caso não obedecesse às ordens.

Conforme o depoimento do jovem que acabou nas mãos do grupo após cair numa falsa promessa de trabalho, os reféns eram submetidos a jornadas de até 16 horas diárias, podendo chegar a 22 horas em certos dias.

Aqueles que não atingissem as metas enfrentavam punições severas, incluindo choques elétricos, espancamentos ou eram forçados a realizar extensas sessões de agachamento.

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