O Brasil se encontra na liderança mundial em infecções pelo malware Bad Box 2.0, atingindo mais de 1,5 milhão de TV boxes comprometidas, conforme aponta a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Esse malware torna as TV boxes não homologadas em ferramentas para a realização de atividades ilegais sem o conhecimento de seus proprietários, incluindo a formação de botnets, o roubo de dados e a execução de ataques DDoS.
A Anatel recomenda a compra de aparelhos homologados, a atualização frequente de softwares e a cautela com fontes duvidosas.
Neste último comunicado de terça-feira (12/08), a Anatel trouxe à tona os perigos associados a TV boxes não autorizadas.
Uma pesquisa desenvolvida pela agência revelou o malware denominado Bad Box 2.0, que transforma os dispositivos em instrumentos para práticas criminosas sem que os donos tenham conhecimento.
O Brasil é o país mais afetado globalmente por esse software mal-intencionado, com um total superior a 1,5 milhão de dispositivos contaminados.
Segundo informações da Anatel, os cibercriminosos podem se aproveitar do malware para extrair informações pessoais e financeiras dos usuários, além de se utilizar da rede doméstica para cometer fraudes e ataques online.
O que é o Bad Box 2.0?
Bad Box 2.0 é um malware encontrado em diversos modelos clandestinos de TV boxes, podendo vir pré-instalado ou ser inserido de forma remota nas denominadas "gatonets".
Conforme descreve a Anatel, ele opera de maneira oculta, inclusive em modo de espera, integrando o aparelho a uma botnet.
Com esse acesso, os cibercriminosos são capazes de capturar informações pessoais e credenciais de acesso de várias plataformas, além de perpetrar fraudes e ataques DDoS.
O malware foi divulgado inicialmente em março de 2025 pela empresa de cibersegurança Human Security, que o classificou como a maior botnet já identificada envolvendo dispositivos de TV.
Naquela ocasião, já era evidente que o Brasil liderava o número de infecções, representando 37,6% dos dispositivos afetados.
Agora, nas atualizações recentes da Anatel, observou-se um aumento expressivo de aparelhos contaminados no país, passando de 340 mil, entre fevereiro e maio de 2025, para mais de 1,5 milhão em julho.
Recomendações da Anatel
A Anatel enfatiza que todos os dispositivos de telecomunicações comercializados no Brasil devem ser homologados pela agência e aconselha os consumidores a verificar a presença do selo de homologação antes de efetuar compras, além de alertar contra a aquisição por vias duvidosas.
Para reduzir os riscos, a agência sugere algumas medidas:
- Utilizar somente dispositivos homologados pela Anatel;
- Evitar fontes não confiáveis para o download de softwares ou firmware;
- Manter os sistemas operacionais e softwares sempre atualizados;
- Desconectar dispositivos que demonstrem sinais de comprometimento.
Na batalha contra as "gatonets", o aviso atual se soma aos esforços contínuos da Anatel contra a pirataria.
Em julho, a agência executou uma ampla operação visando um esquema de importação e comercialização de TV boxes ilegais, resultando no bloqueio de R$ 33 milhões dos envolvidos.
O combate aos dispositivos piratas segue em diferentes frentes.
Recentemente, o Procon do Rio de Janeiro aplicou uma multa ao Google por permitir anúncios de TV boxes não homologadas em sua plataforma, uma prática que facilita o acesso dos consumidores a dispositivos infectados por malware.
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