Uma mulher chinesa conhecida como a "Rainha do Bitcoin" foi condenada em Londres a 11 anos e oito meses de prisão por lavagem de Bitcoin proveniente de um esquema de investimento em criptomoedas avaliado em £5,5 bilhões (equivalente a US$ 7,3 bilhões).
A sentença é resultado de uma investigação de sete anos conduzida pela equipe de Crimes Econômicos da Metropolitan Police (Met) sobre lavagem internacional de dinheiro.
A apuração revelou que Zhimin Qian, 47 anos — também conhecida como Yadi Zhang — liderava uma ampla campanha de fraude que enganou mais de 128 mil vítimas na China entre 2014 e 2017.
Durante a operação, foram apreendidos 61 mil Bitcoins, avaliados na época em centenas de milhões de libras e atualmente estimados em aproximadamente £5,5 bilhões, configurando a maior apreensão de criptomoedas da história do Reino Unido.
Outro integrante do grupo criminoso, Seng Hok Ling, 47 anos, natural de Matlock, Derbyshire, foi condenado a quatro anos e 11 meses de prisão por transferência de propriedade criminosa (criptomoeda), conforme previsto na Proceeds of Crime Act (2002).
Segundo a Met, "ela converteu parte dos fundos obtidos ilegalmente em dinheiro, joias e Bitcoin antes de fugir para o Reino Unido usando uma identidade falsa".
“A partir de informações obtidas em 2018 sobre a tentativa de movimentação dos ativos criminosos em Londres, os investigadores trabalharam incansavelmente para construir um caso sólido contra ela”, acrescentou a corporação em comunicado divulgado na terça-feira.
A apreensão de 61 mil Bitcoins no Reino Unido, avaliada em US$ 7,3 bilhões, superou a maior apreensão anterior realizada pelo Departamento de Justiça dos EUA, que em 2022 confiscou mais de 94 mil Bitcoins relacionados ao hack da Bitfinex, avaliados em cerca de US$ 3,6 bilhões.
Qian captou mais de 40 bilhões de yuans de cerca de 130 mil investidores chineses, liderando uma rede de golpes que prometia retornos entre 100% e 300%.
Ela ganhou o apelido de "Rainha do Bitcoin" na China por promover a criptomoeda como "ouro digital".
Após o colapso do esquema, em 2017, converteu todos os valores recebidos em Bitcoin e fugiu para o Reino Unido, onde tentou lavar o dinheiro por meio da compra de imóveis, com o auxílio de uma cúmplice chamada Jian Wen.
Qian e Ling foram presos em 2024.
Na ocasião, as autoridades também apreenderam ativos no valor de £11 milhões (US$ 14,4 milhões), incluindo carteiras de criptomoedas, dispositivos criptografados, dinheiro em espécie e ouro.
Wen foi sentenciada a seis anos e oito meses de prisão no dia 22 de maio de 2024 por participação na fraude.
Will Lyne, chefe do comando de Crimes Econômicos e Cibernéticos da Met, afirmou: “Sem dúvida, esta é uma das investigações mais extensas e complexas de crimes econômicos que já realizamos.
A condenação de hoje só foi possível graças à estreita colaboração com parceiros do Crown Prosecution Service, da National Crime Agency e das autoridades chinesas.”
Lyne ressaltou ainda que “grupos organizados usam criptomoedas para mover, ocultar e investir os lucros de crimes graves.
Porém, toda transação em criptomoeda deixa rastros, e a Met trabalha de forma minuciosa e integrada para seguir essa trilha digital, identificar ativos e levar os criminosos à justiça.”
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