A maioria dos brasileiros não sabe como seus próprios dados são coletados
23 de Março de 2023

Basta baixar um aplicativo e abri-lo no celular para que seus dados sejam compartilhados com os responsáveis pela solução, seja de forma restrita ou mais abrangente.

No entanto, a maioria dos brasileiros não sabe disso.

De acordo com um estudo da empresa de cibersegurança Kaspersky, o Brasil tem o menor nível de conscientização sobre privacidade em toda a América Latina.

Segundo a pesquisa, apenas 13% dos brasileiros sabem que seus dados podem ser coletados por aplicativos.

Quase um em cada quatro usuários acredita que as próprias informações são excluídas quando um software deste tipo é encerrado, o que mostra desconhecimento sobre como funcionam as dinâmicas de compartilhamento e utilização de telemetria pelas empresas de tecnologia.

Além disso, o estudo da Kaspersky revelou que 40% dos brasileiros não sabem como as corporações coletam seus dados, o que significa que desconhecem como podem proteger melhor sua própria privacidade.

Segundo Roberto Rebouças, gerente-executivo da Kaspersky no Brasil, "as pessoas não compreendem o valor das informações pessoais e isso acaba refletindo em um baixo nível de proteção".

A empresa acredita que há uma deficiência do poder público nesse tratamento, com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tendo termos claros sobre as salvaguardas dos usuários e as responsabilidades das empresas, mas sem trabalhar de forma informativa.

"A norma não cobre de maneira correta a educação do cidadão.

Infelizmente, vimos apenas uma corrida para conseguir autorizações dos consumidores, que o fizeram de forma automática", aponta Rebouças.

Isso se reflete em outro resultado do estudo, com a maioria dos usuários da América Latina não sabendo como evitar a coleta de seus dados.

Enquanto se preocupam com o mau uso de informações dos filhos, eles indicam que não permitiriam acesso às suas informações por uma empresa que foi atingida por vazamento; entretanto, não enxergam como poderiam dar essa negativa.

Em caso de exposição, a mudança de senhas de e-mail, redes sociais, aplicativos e sites de comércio eletrônico é a medida mais tomada pelos usuários.

Curiosamente, a mesma atenção foi dada como prioridade ao internet banking somente pelos argentinos, enquanto brasileiros e colombianos foram os cidadãos com maior conhecimento sobre leis de proteção de dados.

Como medida de segurança principal, a Kaspersky recomenda a leitura cuidadosa de termos de uso e notificações de apps, principalmente aquelas que envolvem pedidos de autorização para uso de dados, localização e outros aspectos.

É importante refletir se a solicitação faz sentido com o uso do software e aceitar somente caso a resposta seja positiva.

Também é importante prestar atenção aos sites acessados e buscar sinais de má intenção, como erros de ortografia ou URLs diferentes das oficiais, principalmente quando as páginas solicitarem informações pessoais ou financeiras.

Elas devem ser inseridas somente quando o usuário tiver certeza de estar acessando um serviço legítimo, caso contrário, os dados podem ir direto para as mãos dos criminosos.

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